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Selic a 12,25%: 4 pontos para entender por que o Copom elevou o ritmo de alta dos juros para 1 p.p.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual (p.p.), para 12,25% ao ano, na última reunião de 2024 e também a última presidida por Roberto Campos Neto.

“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”.

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A expectativa já era de que os diretores acelerassem o ritmo do aperto monetário, após uma alta de 0,50 p.p. em novembro. O mercado, entretanto, estava dividido quanto ao tamanho do aperto — 0,75 p.p. ou 1 p.p.

Selic a 12,25%: Entenda o movimento do Copom Internacional

No comunicado, o Copom reforçou o ambiente externo “permanece desafiador”, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Federal Reserve (Fed).

Eles destacam que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para as metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho.

“O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.

Economia brasileira

Em relação ao cenário doméstico, os diretores ressaltam que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, com destaque para a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.

“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”.

Do lado fiscal, o Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes impactam a política monetária e os ativos financeiros.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”.

Mais duas altas de 1 p.p. na Selic

O Copom indicou que deve elevar a Selic em 1 ponto percentual (p.p.) nas duas próximas reuniões, que acontecem em janeiro e março de 2025. Com a indicação futura, os juros devem subir para o patamar de 14,25%, após o encontro de março.

“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, dizem.

“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

Decisão unânime

Segundo o comunicado, os dirigentes do Banco Central entraram em consenso e a decisão foi novamente unânime.

Campos Neto, Gabriel Galípolo, Ailton Santos, Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso, Paulo Picchetti, Renato Gomes e Rodrigo Teixeira optaram pela alta de 1 p.p. dos juros.

Veja o comunicado do Copom


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