Roberto Jefferson day explicado

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O que explica o sell-off no mercado brasileiro hoje, em um dia de S&P500 em 1,39%, Stoxx em 1,47%, DXY neutro e Treasuries calmos?

O que vou explicar aqui não é o que o ex-deputado fez ou do que é acusado de fazer, tampouco defender ou atacar. A minha proposta é esmiuçar a interpretação do mercado sobre o fato e entender a oportunidade nesse evento.

Precisamos começar entendendo que segunda-feira se deu início ao evento que apelidei de "hype da virada", onde o mercado entra em uma semana de festa, precificando positivamente a virada que estava sendo exposta através das pesquisas eleitorais.

O mercado observou como viável uma virada de Jair Bolsonaro pois avançou muito na pesquisa, com especulações (infundadas até o momento) de que o candidato havia ultrapassado o oponente Lula na pesquisa de sexta-feira. O entendimento até o momento é que o mercado havia precificado (até sexta-feira) a vitória de Bolsonaro, em particular as empresas estatais se beneficiarão desta gestão.

Entretanto o episódio de violência envolvendo o Roberto Jefferson no domingo trouxe mal humor ao mercado no day after. A forma como o ex-deputado reagiu a prisão foi, no mínimo, violenta. Mesmo com a tentativa do governo de afastar a relação entre o ex-deputado do presidente, a forma de tratamento que R.J. recebeu foi vista como de um aliado, e a sinalização pegou mal, bem mal e é claro que a oposição usou isso a favor.

A interpretação do mercado é que os votos indecisos que Bolsonaro estaria conquistando ou viria a conquistar em sua campanha e nessa semana, (ocasionando a virada nas pesquisas), podem ter sido afastados após esse infeliz evento envolvendo armas e resistência violenta contra a PF. Este colateral criou motivos para o mercado entrar em sell-off essa segunda-feira, somado ao fator de exagero da semana do hype da virada onde o mercado estava esperando uma desculpa para realizar.

A semana do hype somou 7495 pontos da abertura segunda ao fechamento na sexta-feira. O Roberto Jefferson day ocasionou em uma perda de 4000 pontos em um único pregão do índice futuro, devolvendo 53% de avanço do índice na semana do hype em apenas um dia.

Destaques para estatais, Banco do Brasil -10,03%; Petrobras -9,20%.

As perguntas que ficam são:
Como as pesquisas de terça, quarta e quinta-feira refletirão esse evento?
Será que o mercado antecipou corretamente? Será que o mercado exagerou no sell-off?
Seria esse um real motivador para eleitores indecisos deixarem de votar no governo?
Estariam os investidores estrangeiros percebendo/relembrando o risco Brasil?
Nota
No fechamento de hoje o Ibovespa futuro acaba de devolver toda a precificação de uma potencial virada de Bolsonaro.

Ainda assim a eleição segue disputada, e ficou bem claro quais setores se beneficiam mais para cada governo.
Setores estatais estão com Bolsonaro.
Setores do Varejo, Educação e Construção Cívil estão com Lula.

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Este é um estudo pessoal e não recomendação de investimento. Negocie pelo seu próprio risco.
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