Com as tensões entre Rússia e Ucrânia, além da escassez de petróleo no mundo, o preço da commodity não para de subir, e os analistas falam que não vai parar tão cedo. Alguns já falam do barril acima de $100,00 (cem dólares).

Há um discurso muito forte sobre a “agenda ESG”. Homens como Larry Fink, fundador e CEO da Blackrock, maior gestora de ETFs no mundo, defendem uma agenda verde, e ameaçam desinvestir em empresas que não a adotarem.

Semana passada, Charlie Munger, sócio de Warren Buffett, disse que Larry Fink está dominando o mundo, afinal, com um número cada vez maior de ETFs, a gestora está ocupando assentos em milhares de companhias.

Munger disse que não quer viver num mundo dominado por Fink. Como os ETFs têm uma participação expressiva nas empresas, a Blackrock passa a ter um poder muito grande e a conseguir impor sua própria vontade.

Se os investidores comprassem os papéis das empresas, teriam participações nelas. Como investem via ETFs, quem senta no conselho são as gestoras dos ETFs, e não os investidores donos das ações.

O problema do discurso ESG, defendido por Fink, é que o mundo não está preparado para ele. Muitas empresas de petróleo deixaram de receber investimentos por serem consideradas anti-ambientais, mas, a estrutura energética do mundo é movida a petróleo.

Querem banir o petróleo sem mudar a matriz energética. Isso não vai dar certo. Se querem acabar com o uso do petróleo, é necessário investimentos maciços em energias renováveis.

Agora, por conta disso, o petróleo sobe, e isso é ruim para a economia global, porque aumenta a inflação. Justamente no período em que os EUA decidiram aumentar suas taxas de juros.

Com a iminência de uma guerra, o caldo tende a azedar ainda mais. Prevejo que a OPEP entrará em ação na tentativa de aumentar a produção de petróleo este ano. Do contrário, o preço de tudo vai subir.

Afinal, o petróleo move os navios e caminhões que transportam nossas mercadorias. O mundo precisa ser sustentável, mas para que isso seja efetivo precisamos colocar um bom plano em prática.

Até lá, não podemos banir o petróleo.


Renan Antunes
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